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Revolução da conectividade

Indústria 4.0 impacta o varejo, gera novos modelos de negócio e transforma as relações de trabalho.

As máquinas a vapor abriram o caminho para o desenvolvimento das relações de consumo, ainda no século XVII. Motores capazes de transformar energia térmica em energia mecânica permitiram a expansão da indústria. E, consequentemente, do comércio, com o surgimento de trens e barcos a vapor. Mas a mudança barulhenta produzida pela Primeira Revolução Industrial foi se tornando cada vez mais silenciosa até a chegada da Indústria 4.0, quarta fase desse processo.

A adoção da eletricidade, no século XX, seguida pela automação da indústria, na década de 1980, foram os pilares para uma transformação imaginada, em parte, há mais de meio século pelos criadores da animação Os Jetsons (1962). “Vivemos uma era de grandes inovações, com a digitalização e autonomia de processos, convergência tecnológica e Internet das Coisas. Tudo se complementa e se conecta”, observa o CEO da Nérus, Cleber Piçarro.

A Quarta Revolução Industrial é, antes de tudo, uma revolução de paradigmas. Com a intensa troca de informações sobre o consumo, possibilitada pela internet e potencializada pelos smartphones, a indústria se desconectou do varejo. “Quem puxa essa mudança não é a tecnologia, mas o consumidor. Ele levou as fábricas a finalizarem mais produtos no varejo em vez de desová-los no mercado”, considera o analista da Unidade da Indústria do Sebrae em Minas, Diogo Reis.

As fábricas inteligentes são uma resposta a esse mercado exigente. Segundo Reis, o ciclo de vida de um produto da moda, antes restrito às estações, encontra-se ainda mais encurtado. Atualmente, a maior parte dos modelos fica exposta entre 15 a 20 dias na loja. Para reduzir prováveis perdas, os setores da indústria, comércio e serviços têm investido em informação para entender o consumidor.

Principais tendências

Há uma década, as possibilidades de antecipar tendências de consumo por meio de padrões comportamentais eram pequenas. A mudança veio com a difusão do big data, tecnologia que permite tratar grandes volumes de informação e extrair o máximo valor desses dados. “Há anos, o varejista tem acumulado informações sobre ajuste de estoque, demanda, produtos e preços. Ensinando a máquina a usá-las, podemos aumentar o ticket médio de vendas”, exemplifica Piçarro.

À frente da Nérus, empresa especializada em soluções em gestão para o varejo. Piçarro explica que a inteligência artificial permite à máquina indicar um produto ao cliente de forma intuitiva, seguindo padrões de consumo. Assim, ele pode comprar cano e joelho. Em seguida ser lembrado que precisa de selador e cola para finalizar a instalação hidráulica.

Já algumas inovações amplamente difundidas, como o Google Maps, ajudaram a otimizar as rotas de entrega de produtos. “Com a informatização de dados georreferenciados, uma refeição pode ser escolhida por aplicativo e ter a entrega rastreada por consumidores e empresários”. Analisa o professor de pós-graduação em Gestão de Projetos do Senac em Belo Horizonte, Ítalo Coutinho.

Por Lucas Alvarenga - Fecomércio MG

https://issuu.com/fecomerciomg/docs/revista_fecomercio_ed3_maio-junho_2

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